U2 faz música com fé sem rótulo de rock cristão!
Os U2 têem uma carreira admirável no rock ‘n’ roll, tipo de música notório por recompensar artistas que cantam sobre coisas mais simples do que o mundo em que vivemos e o lugar que nele ocupamos.
A banda – ou, em alguns casos, apenas Bono, o homem de frente – já desempenhou o papel de pop-star, filho pródigo e proselitista. Porém, ao longo de seus 30 anos de carreira, a espiritualidade dos U2 nunca rotulou a sua música como rock cristão - estigma considerado medíocre no circuito comercial da música. Os U2 vêem mantendo primorosamente tanto seu lado espiritual como seu lado laico - em proporções que não limitariam seu alcance de público.
Greg Garret, professor da Baylor University e autor do livro “We Get to Carry Each Other: The Gospel According to U2” (Nós temos que nos apoiar: o evangelho segundo os U2), afirma que o rock cristão se tornou uma frase tóxica no pop por uma boa razão: “Temos a arte cristã, onde a arte é menos importante do que seu lado cristão. As crenças dos U2 são filtradas em seu trabalho, mas nem por isso essa é a razão principal para que eles façam música”.
Genevieve Razim, pastora associada da Palmer Memorial Episcopal Church, é quem diz: “Em minha posição episcopal, meu palpite sempre foi de que o moderno e o cristão podem ser compatíveis; e U2 confirmam isso para mim. São inúmeras as mensagens nos média de que ser cristão é o mesmo que ser rígido e intolerante, e eis que vem essa banda de rock fazendo perguntas importantes e expressando sua fé”.
Sendo assim, há anos os U2 vêem fazendo canções sobre paz, justiça, espiritualidade e mistérios, e sua maneira de faze-las revela uma inclinação ao que é elevado - seja o uso de salmos no início de sua carreira até sua visão panorâmica do mundo nos dias de hoje.
É importante ressaltar que o som dos U2 têem muito a ver com seu sucesso de longa data. A banda Creed, por exemplo, é incessantemente criticada por fazer música copiada. A música dos U2, porém, apesar de constantes mudanças, sempre foi imediatamente identificada como sendo única: seja a voz, os efeitos de guitarra ou a marcha militar da percussão. Como a música de Johnny Cash ou Nusrat Fateh Ali Khan, o som dos U2, além de espiritual, é uma constante celebração (salvo algumas vezes em que mostra indignação), ao mesmo tempo em que atravessa limitações que alguns venham a encontrar em sua fé.
Fé particular
A arte de qualidade – seja ela religiosa ou não – deve ser embutida de uma experiência reveladora para aqueles que a testemunham e a consomem.
Ainda assim, U2 guarda uma relação ténue com o cristianismo. Os membros da banda são de uma época de sangrento conflito religioso em seu país de origem, a Irlanda. Três deles – Bono, o guitarrista The Edge e o baterista Larry Mullen Jr. – eram membros de uma comunidade cristã em Dublin que, segundo consta no livro de Garrett, os levou a acreditar que a vida no rock e a vida seguindo aquela fé não seriam compatíveis.
Garret questiona: “O que é que se faz quando somos feridos pela instituição, mas ainda ama-mos Deus?”
Uma reacção é abandonar aquela instituição e começar sua própria. De certa forma, foi o que os U2 fizeram - apresentando ao público uma fé particular. A outra é tentar consertar a instituição já existente, que é o que Bono vem tentando fazer recentemente, proferindo palestras em igrejas por toda a América para estimular o auxílio à África.
Como é evidente no título de um dos maiores sucessos da banda, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” (eu ainda não encontrei o que eu procuro), ele encontra-se numa busca interior, o que pode ter um efeito profundo naqueles que igualmente buscam por algo espiritual - e isso, juntamente com sua música, poderia explicar o extenso poder de atracão que os U2 despertam.
Ainda assim, ter certeza de que esse “algo” foi encontrado é anular esse “algo” enquanto fé. Garrett destaca: “Muitos americanos estão comprometidos com uma visão de fé como uma crença absoluta. São pessoas que ficam sentadas olhando para o relógio. E foi para essa tarefa que Bono convocou as igrejas americanas: este modelo de salvação que ignora o fato de que fomos colocados aqui por uma razão especial, além da salvação pessoal. E é isso o que ele tem de mais persuasivo a oferecer: a ideia de que estamos juntos nessa jornada, caímos e nos levantamos juntos, carregamo-nos uns aos outros”.
A faixa título do último álbum da banda, “No Line on the Horizon” (nenhuma linha no horizonte) – o álbum mais voltado para a espiritualidade desde os primórdios dos U2 – parece ser prova disso. Existe a imagem em si, a ausência de uma linha, um destino final. A canção também trás duas frases que valem ser destacadas: “O infinito é um bom lugar para começar”, e “O tempo é irrelevante, não é linear”.
Razim acha isso parecido com a abertura do Mar Vermelho. “Para mim, é como Deus abrindo um caminho onde parecia não haver caminho algum”. É a visão abrangente do cosmo, e do que está além dele, que não combina bem com a ideia do céu como um final de partida vitorioso. Tanto é que Bono disse à revista evangélica Christianity Today: “Costumo achar que a religião obstrui o caminho de Deus”. E The Edge falou à Hot Press em 2002: “Ainda tenho uma vida espiritual, mas não sou muito fã da religião por si só”.
Turnê eclesiástica
A Christianity Today definiu a turnê de Bono pelas igrejas americanas para incentivar o auxílio à África como “uma experiência de igrejas que deixam Bono com uma eclesiologia tão frágil que mede a missão da igreja quase que exclusivamente em termos geográficos”.
Garrett, porém, vê progressos nos trabalhos não-musicais de Bono. “Acho que hoje em dia mais pessoas acreditam nesta ideia de que a igreja precisa ter mais resposta às necessidades do mundo e menos focada na salvação pessoal - especialmente entre os cristãos jovens. Acho que eles estavam na linha de frente disso”.
A música da banda encontrou seu caminho nas igrejas americanas através do serviço eucarístico U2charists, que vêm sendo realizado nos últimos seis anos.
Razim supervisionou dois deles na Palmer Memorial Episcopal Church: na passagem do ano de 2008 e no feriado de Juneteenth em 2009 - ambos com capacidade máxima de lotação. Um próximo está programado para o réveillon de 2009. A música de U2 é cantada e o dinheiro é arrecadado para as Metas de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas, condição imposta pela banda em troca de permitir que sua música seja veiculada sem royalties.
Ela diz que o U2charist é uma acção genuína, além de apoiar o envolvimento comunitário da igreja.
E, apesar de um relacionamento de certa forma tenso entre o U2 e qualquer organização religiosa em particular, Razim, assim como Garrett, vê afinidade na espiritualidade da banda. “Tem a ver com buscar, procurar”, disse ele. “A primeira vez que ouvi uma canção do U2 eu detectei isso. É uma jornada, com a fé se desenvolvendo e fazendo perguntas difíceis. Acho que a música deles confirma e fortalece isso, ela é uma verdadeira expressão de quem somos neste lugar e neste momento”.
Crd:(The New York Times,IG musica)
Os U2 têem uma carreira admirável no rock ‘n’ roll, tipo de música notório por recompensar artistas que cantam sobre coisas mais simples do que o mundo em que vivemos e o lugar que nele ocupamos.
A banda – ou, em alguns casos, apenas Bono, o homem de frente – já desempenhou o papel de pop-star, filho pródigo e proselitista. Porém, ao longo de seus 30 anos de carreira, a espiritualidade dos U2 nunca rotulou a sua música como rock cristão - estigma considerado medíocre no circuito comercial da música. Os U2 vêem mantendo primorosamente tanto seu lado espiritual como seu lado laico - em proporções que não limitariam seu alcance de público.
Greg Garret, professor da Baylor University e autor do livro “We Get to Carry Each Other: The Gospel According to U2” (Nós temos que nos apoiar: o evangelho segundo os U2), afirma que o rock cristão se tornou uma frase tóxica no pop por uma boa razão: “Temos a arte cristã, onde a arte é menos importante do que seu lado cristão. As crenças dos U2 são filtradas em seu trabalho, mas nem por isso essa é a razão principal para que eles façam música”.
Genevieve Razim, pastora associada da Palmer Memorial Episcopal Church, é quem diz: “Em minha posição episcopal, meu palpite sempre foi de que o moderno e o cristão podem ser compatíveis; e U2 confirmam isso para mim. São inúmeras as mensagens nos média de que ser cristão é o mesmo que ser rígido e intolerante, e eis que vem essa banda de rock fazendo perguntas importantes e expressando sua fé”.
Sendo assim, há anos os U2 vêem fazendo canções sobre paz, justiça, espiritualidade e mistérios, e sua maneira de faze-las revela uma inclinação ao que é elevado - seja o uso de salmos no início de sua carreira até sua visão panorâmica do mundo nos dias de hoje.
É importante ressaltar que o som dos U2 têem muito a ver com seu sucesso de longa data. A banda Creed, por exemplo, é incessantemente criticada por fazer música copiada. A música dos U2, porém, apesar de constantes mudanças, sempre foi imediatamente identificada como sendo única: seja a voz, os efeitos de guitarra ou a marcha militar da percussão. Como a música de Johnny Cash ou Nusrat Fateh Ali Khan, o som dos U2, além de espiritual, é uma constante celebração (salvo algumas vezes em que mostra indignação), ao mesmo tempo em que atravessa limitações que alguns venham a encontrar em sua fé.
Fé particular
A arte de qualidade – seja ela religiosa ou não – deve ser embutida de uma experiência reveladora para aqueles que a testemunham e a consomem.
Ainda assim, U2 guarda uma relação ténue com o cristianismo. Os membros da banda são de uma época de sangrento conflito religioso em seu país de origem, a Irlanda. Três deles – Bono, o guitarrista The Edge e o baterista Larry Mullen Jr. – eram membros de uma comunidade cristã em Dublin que, segundo consta no livro de Garrett, os levou a acreditar que a vida no rock e a vida seguindo aquela fé não seriam compatíveis.
Garret questiona: “O que é que se faz quando somos feridos pela instituição, mas ainda ama-mos Deus?”
Uma reacção é abandonar aquela instituição e começar sua própria. De certa forma, foi o que os U2 fizeram - apresentando ao público uma fé particular. A outra é tentar consertar a instituição já existente, que é o que Bono vem tentando fazer recentemente, proferindo palestras em igrejas por toda a América para estimular o auxílio à África.
Como é evidente no título de um dos maiores sucessos da banda, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” (eu ainda não encontrei o que eu procuro), ele encontra-se numa busca interior, o que pode ter um efeito profundo naqueles que igualmente buscam por algo espiritual - e isso, juntamente com sua música, poderia explicar o extenso poder de atracão que os U2 despertam.
Ainda assim, ter certeza de que esse “algo” foi encontrado é anular esse “algo” enquanto fé. Garrett destaca: “Muitos americanos estão comprometidos com uma visão de fé como uma crença absoluta. São pessoas que ficam sentadas olhando para o relógio. E foi para essa tarefa que Bono convocou as igrejas americanas: este modelo de salvação que ignora o fato de que fomos colocados aqui por uma razão especial, além da salvação pessoal. E é isso o que ele tem de mais persuasivo a oferecer: a ideia de que estamos juntos nessa jornada, caímos e nos levantamos juntos, carregamo-nos uns aos outros”.
A faixa título do último álbum da banda, “No Line on the Horizon” (nenhuma linha no horizonte) – o álbum mais voltado para a espiritualidade desde os primórdios dos U2 – parece ser prova disso. Existe a imagem em si, a ausência de uma linha, um destino final. A canção também trás duas frases que valem ser destacadas: “O infinito é um bom lugar para começar”, e “O tempo é irrelevante, não é linear”.
Razim acha isso parecido com a abertura do Mar Vermelho. “Para mim, é como Deus abrindo um caminho onde parecia não haver caminho algum”. É a visão abrangente do cosmo, e do que está além dele, que não combina bem com a ideia do céu como um final de partida vitorioso. Tanto é que Bono disse à revista evangélica Christianity Today: “Costumo achar que a religião obstrui o caminho de Deus”. E The Edge falou à Hot Press em 2002: “Ainda tenho uma vida espiritual, mas não sou muito fã da religião por si só”.
Turnê eclesiástica
A Christianity Today definiu a turnê de Bono pelas igrejas americanas para incentivar o auxílio à África como “uma experiência de igrejas que deixam Bono com uma eclesiologia tão frágil que mede a missão da igreja quase que exclusivamente em termos geográficos”.
Garrett, porém, vê progressos nos trabalhos não-musicais de Bono. “Acho que hoje em dia mais pessoas acreditam nesta ideia de que a igreja precisa ter mais resposta às necessidades do mundo e menos focada na salvação pessoal - especialmente entre os cristãos jovens. Acho que eles estavam na linha de frente disso”.
A música da banda encontrou seu caminho nas igrejas americanas através do serviço eucarístico U2charists, que vêm sendo realizado nos últimos seis anos.
Razim supervisionou dois deles na Palmer Memorial Episcopal Church: na passagem do ano de 2008 e no feriado de Juneteenth em 2009 - ambos com capacidade máxima de lotação. Um próximo está programado para o réveillon de 2009. A música de U2 é cantada e o dinheiro é arrecadado para as Metas de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas, condição imposta pela banda em troca de permitir que sua música seja veiculada sem royalties.
Ela diz que o U2charist é uma acção genuína, além de apoiar o envolvimento comunitário da igreja.
E, apesar de um relacionamento de certa forma tenso entre o U2 e qualquer organização religiosa em particular, Razim, assim como Garrett, vê afinidade na espiritualidade da banda. “Tem a ver com buscar, procurar”, disse ele. “A primeira vez que ouvi uma canção do U2 eu detectei isso. É uma jornada, com a fé se desenvolvendo e fazendo perguntas difíceis. Acho que a música deles confirma e fortalece isso, ela é uma verdadeira expressão de quem somos neste lugar e neste momento”.
Crd:(The New York Times,IG musica)
Até comentária algo sobre a noticia se tivesse como ler ela e se esse site tivesse a cor da fonte/texto legivel.
ResponderEliminarArrumem isso. Se não nunca terão audiência e comentários.
Obrigado pelo aviso, ao mudarmos o layout muitas das noticias ainda não foram arranjadas, valeu pela ajuda
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