Pessoas com Alzheimer’s frequentemente têm surtos de desorientação e entram em pânico.
“Onde estou? O que estou a fazer aqui?”
Quando isso acontece, eles fazem o que qualquer um de nós faria nessa situação: param o que estão a fazer e tentam chegar em casa.
Daí que um hospital de Dusseldorf, na Alemanha, decidiu criar uma paragem de autocarro falso em frente ao prédio do hospital. A única diferença para uma paragem normal é que nenhum autocarro passa ali.
À primeira vista, a ideia não foi bem aceita pelo staff do hospital. Mas isso somente até o primeiro paciente que estava em pânico ser levado por uma enfermeira até á paragem de autocarro falsa. Segundo a enfermeira, enquanto “esperavam” o autocarro que supostamente o levaria para casa, a urgência do paciente em sair dali foi acabando, eles dois foram conversando calmamente e em poucos minutos o paciente aceitou voltar para dentro do hospital.
Além de algumas enfermeiras levarem pacientes até á paragem para poder tranquilizá-los, algumas vezes os pacientes que fogem escondidos do hospital são vistos pelo staff sozinhos,sentados na paragem do autocarro, esperando. O próprio fato de esperarem pelo autocarro sentados – em um ambiente menos claustrofóbico do que o interior do hospital – acaba acalmando um pouco os pacientes. E, naturalmente, em poucos minutos eles esquecem o pânico e voltam a ver a realidade.
É o tempo da enfermeira ir até á paragem e conversar com o paciente.
Segundo um dos médicos, “o esquecimento é o problema e também a solução”.
Algumas pessoas foram contra a criação da falsa paragem por acreditarem que mentir para o paciente não fosse uma boa solução. O problema é que as outras formas possíveis de evitar que esses pacientes fujam do hospital durante um surto são: trancar a pessoa em um quarto fechado ou drogá-la com tranquilizantes. Nenhuma dessas opções é tão simples e tão respeitosa quanto a solução criada pelo hospital.
Foi só o número de pacientes perdidos começar a diminuir, que a solução acabou se provando eficaz.
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