A crise econômica do ano passado vai condenar 53 milhões de pessoas a mais à extrema pobreza e vai favorecer a morte de 1,2 milhão de crianças nos próximos cinco anos, em relatório o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Apesar das notícias más, o documento afirmou que o número total de pessoas com menos de 1,25€ por dia, ou dentro da “extrema pobreza”, cairá para 920 milhões de pessoas até 2015.
Isso coloca os países emergentes de modo geral no caminho de atingir as “Metas do Milênio”, que estipulavam a redução à metade da extrema pobreza até 2015.
No entanto, a crise econômica de 2008 e 2009 e a crise dos preços de alimentos que a precedeu, no começo de 2008, significam que não será tão fácil reduzir de forma semelhante as taxas mundiais de fome e desnutrição.
Mais de um bilhão de pessoas, ou uma em cada seis pessoas no planeta, ainda têm dificuldades para atender às suas necessidades básicas de alimentos, o que causa problemas de saúde crescentes, e até morte, em crianças pequenas e mulheres grávidas, segundo o relatório.
As projeções do Banco Mundial citadas no texto calculam que 1,2 milhão de crianças deve morrer entre 2009 e 2015 como resultado das duas crises.
As duas instituições concluíram, porém, que o resultado teria sido mais sério se os governos de países em desenvolvimento não tivessem aplicado políticas macroeconômicas sólidas antes da crise.
“A crise financeira foi um choque externo severo que atingiu duramente os países pobres. Os efeitos dela poderiam ter sido muito piores se não houvesse há 15 anos políticas e instituições melhores nos países em desenvolvimento”, disse em comunicado o vice-diretor-gerente do FMI, Murilo Portugal.
“A crise no mundo em desenvolvimento tem um impacto potencialmente sério na vida cotidiana, dado que a margem de segurança de muitas pessoas é muito pequena mesmo na melhor das épocas”, acrescentou ele.
O número de pessoas em extrema pobreza deve diminuir menos mesmo com o crescimento forte dos países em desenvolvimento na Ásia, na África e na América Latina.
O FMI prevê expansão de 6,3% dos países emergentes e em desenvolvimento neste ano e de 6,5% no próximo, com a maior parte da força vindo da China, com crescimento de cerca de 10%, e de Índia, Brasil e Indonésia. A África subsaariana, região mais pobre do mundo, deve se expandir 4,7% em 2010 e 5,9% no ano seguinte.
Fonte:VIA
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